quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

e eu fico esperando por e-mails que não chegarão. Palavras que não serão ditas. Sentimentos que não serão sentidos. Vontades que não serão atendidas. Eu fico esperando.








Tem um nome bem bom para isso, aliás, tem vários. Escolham o preferido de vocês.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Enquanto as pessoas me dizem que tudo isso é bom, sim; eu continuo achando que é sempre uma tortura chinesa, sempre falta fôlego, ar e o peito aperta. No meu caso, além de tudo isso, falta paciência e a capacidade de não trocar os pés pelas mãos. Penso que também tenha se ausentado de mim desde sempre a capacidade de tratar as coisas com mais leveza e menos seriedade.


"And I won't go
I won't sleep
I can't breathe"


A sorte da vida é que tudo um dia vai ser passado. Um dia a gente acorda e tudo aquilo não é mais o que deveria ser. Um dia a saudade vai parecer menor, a tristeza de não ter por perto também, o sorriso, a ausência na rua de trás, e a voz que cantava "por isso eu corro demais", um dia tudo isso vai ser só uma lembrança que não dói. E mais um monte de coisa. Coisas piores já aconteceram e, no fim, a gente sempre sobrevive.

O que eu queria mesmo nesse ano é aprender a lidar com as pessoas e com os seus egos. Mas eu acho que isso é uma lição para vida. Infelizmente.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Agonia
Cesare Pavese

Girerò per le strade finché non sarò stanca morta
saprò vivere sola e fissare negli occhi
ogni volto che passa e restare la stessa.
Questo fresco che sale a cercarmi le vene
è un risveglio che mai nel mattino ho provato
così vero: soltanto, mi sento più forte
che il mio corpo, e un tremore più freddo
accompagna il mattino.

Son lontani i mattini che avevo vent'anni.
E domani, ventuno: domani uscirò per le strade,
ne ricordo ogni sasso e le striscie di cielo.
Da domani la gente riprende a vedermi
e sarò ritta in piedi e potrò soffermarmi
e specchiarmi in vetrine. I mattini di un tempo,
ero giovane e non lo sapevo,e nemmeno sapevo
di esser io che passavo-una donna, padrona
di se stessa. La magra bambina che fui
si è svegliata da un pianto durato per anni
ora è come quel pianto non fosse mai stato
.
E desidero solo colori. I colori non piangono,
sono come un risveglio: domani i colori
torneranno. Ciascuna uscirà per la strada,
ogni corpo un colore-perfino i bambini.
Questo corpo vestito di rosso leggero
dopo tanto pallore riavrà la sua vita.
Sentirò intorno a me scivolare gli sguardi
e saprò d'esser io: gettando un'occhiata,
mi vedrò tra la gente. Ogni nuovo mattino,
uscirò per le strade cercando i colori.

A tradução:

Agonia
(tradução de Carlos Leite)

Irei pelas ruas até cair morta de cansaço
saberei viver sozinha e reter nos olhos
cada rosto que passa e continuar a ser a mesma.
Esta frescura que sobe e me busca as veias
é um despertar que em manhã nenhuma sentira
tão real: sinto-me simplesmente mais forte
que o meu corpo e um arrepio mais frio acompanha a manhã.

Longe vão as manhãs em que tinha vinte anos.
E amanhã, vinte e um: amanhã sairei para a rua,
lembro-me de cada pedra da rua e das nesgas de céu.
A partir de amanhã as pessoas ver-me-ão outra vez
de pé e caminharei direita e poderei parar
e mirar-me nas montras. Nas manhãs do passado,
era jovem e não sabia, nem sabia querer
que era eu que passava — uma mulher, dona
de si mesma. A rapariguinha magra que fui
despertou dum pranto que durou anos:
agora é como se esse pranto nunca tivesse existido.

E desejo só a cores. As cores não choram,
são como um despertar: amanhã as cores
voltarão. Cada mulher sairá para a rua,
cada corpo uma cor — e até as crianças.
Este corpo vestido de vermelho claro
após tanta palidez voltará à vida.
Sentirei à minha volta deslizarem os olhares
e saberei que sou eu: olhando à volta,
ver-me-ei no meio multidão. Em cada nova manhã,
sairei para a rua em busca das cores.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tesla, Tesla, Tesla

Tudo começou hoje, ou não, talvez só o raciocínio tenha ficado mais claro e eu consegui enxergar melhor. Fato é que eu estava sentada assistindo um programa no canal educativo sobre a vida do Tesla, o inventor, gente, uma referência para quem fugiu das aulas de física: é aquele cara do filme "O grande truque", interpretado por David Bowie, lembraram? Continuando, Tesla era um gênio, e se ferrou das maneiras mais bonitas que alguém poderia se ferrar. Sério. Daí que eu fiquei pensando nisso na volta para casa e na conjunção de uma série de fatores a respeito das pessoas. Sabe, é tudo uma grande questão de ego, tudo uma grande palhaçada, tudo um bando de gente hipócrita e egoísta que nunca fará sombra no mar porque a única coisa que as move é o interesse próprio. São tipos de gente que se relacionam com as pessoas vendo o que podem tirar de vantagem, o que usurpar do outro. E nesse "usurpar do outro" se inclui todo o tipo de coisa. A partir do momento em que a pessoa não pode mais satisfazer as suas necessidades, sejam elas financeiras, sexuais, afetivas, pronto, pé na bunda da pessoa com a maior naturalidade.
É toda uma descrença no gênero humano, sabe? Alguns indivíduos, para não dizer a maioria, têm puro prazer em machucar, foder e sabe-se mais o que com as pessoas que gostam delas, e eu tô falando de amizade. Amizade que as pessoas não reconhecem e não sabem reconhecer, ou não querem. É tudo muito descartável, é tudo muito fácil de se jogar fora, de se deixar de lado, é tudo muito nojento, boçal, tacanho. Otário é sempre quem procura ajudar.
Eu não sei se é um discurso muito utópico mas eu sempre acreditei que a gente gosta das pessoas pelo que elas são e não pelo que têm a nos oferecer. Agora a vida anda esfregando na minha cara e na cara de outras pessoas que não é bem assim não. Toda essa falta de maturidade, falta de culhão para abrir a porra da boca e dizer o que incomoda, imabecilidade de contar histórias ridículas e falsas sem ter motivo.
Hoje eu acordei com dor, e é uma dor que eu não sabia explicar. Agora eu sei, é dor da vida, é dor de viver, e viver com gente que não enxerga além do próprio umbigo, de gente que constrói as relações sociais baseadas em mentiras e sentimentos da pior espécie. Que tripudia e acha que tá no lucro chutando cachorro morto. Gente baixa.
Quando eu digo que viver é dispendioso, que viver custa caro, é disso que eu tô falando.

Eu espero que a carapuça não sirva na pessoa errada, porque essa, gentil e educada como é, já deve ter se fodido muito mais do que eu que sou grossa, mal educada e estúpida. E se alguém se ofendeu, ótimo, é porque serviu, é porque deve ter o mínimo de senso crítico e auto-censura.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Only the lonely
Know the heartaches I've been through
Only the lonely know I cry and cry for you
Maybe tomorrow
A new romance

Only the lonely - Roy Orbison


E todo um amor pelo Roy. : )

sábado, 9 de janeiro de 2010

Não, eu não vou desistir. Eu não vou desistir porque faz muito tempo que eu não me sentia assim. Não vou desistir porque quando coisas desse tipo acontecem a gente não desiste de primeira. Dragão que sou vou até o fim. Mesmo que doa, e dói, mesmo que não dê em nada. Esgotarei todas as possibilidades e vamos ver o que será. Eu não vou jogar tudo fora, mesmo que esse tudo seja um nada. "O nada que é tudo".
Eu tô aqui, esperando sem esperar, contando os dias para acabar os meses, três, hoje faz três. Se vai doer? Provavelmente. Mas nada que valha a pena vem sem doer. E isso tudo parece um grande discurso de auto-ajuda. As única coisa que tenho, a única arma que eu tenho são as palavras que eu posso usar e elas não valem nada, não vão me trazer o que eu quero.
De repente um segundo já faz tudo valer a pena. O pedaço de um paraíso quando o cabelo é solto, quando me olha nos olhos, quando ri de uma piada besta que eu conto depois de cinco copos de cerveja. Cala a minha boca. Cala a minha boca como calou da primeira vez que te vi. Cala a minha boca sem ser com esses silêncios constrangedores. Cala a minha boca do jeito mais legal que existe de calar a boca de alguém. Se tem 0,01% de possibilidade de ser, eu tô aquim eu tô aqui tentando ser e por aqui ficarei. Eu assino o atestado de pateta. E tô aqui escrevendo tudo o que não deveria escrever. E toca "In your room", e toca de novo e de novo e de novo. Toca porque é exatamente isso:

"I'm hanging on your words
Living on your breath
Feeling with your skin
Will I always be here?"

É exatamente assim.


E esse é todo o discurso que não será lido, que não será sentido, que simplesmente não será, embora seja inteiramente verdade. E se eu não durmo a minha insônia tem um único nome, um único sentido. Sim, eu penso demais. DEMAIS.
PISCINA REVISITADA

então eu lhe pergunto
você gosta um bucadinho de mim
e você me responde
nem um naniquinho

aí je m’en fou
não sei o que faço
aí je m’en fou
não sei o que faço

você me analfabetiza monalisa
seu andar dândi seu olhar doidão
é four de ases na minha dupla de oito
fico tramando os treze pontos da sua loteria
mas você só dá zebra
é o goitacaz goleando o guarani
no brinco da princesa

eu não paro de fumar
eu gosto muito de você

eu gosto muito de você
eu não paro de fumar

você pra mim é o susto é sapatilha
que apenas roça e destroça meu castelo de cartas
você é o pingo de um i cigano
você apenas tem sono e adormece
enquanto eu desgraçado varo as noites
ladrando
como um cachorro vadio


embora temporariamente arrasado
atravessarei todos os desertos
para mergulhar na piscina dos seus olhos

Chacal in: Belvedere

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

"El oro pa' quien lo quiera pero si hablamos de ayer:
Es tanto lo que he bebido y sigo teniendo sed,
Al menos tú lo sabías, al menos no te decía
Que las cosas no eran como parecían.

Pero es que a la primera persona que me ayude a sentir otra vez
Pienso entregarle mi vida, pienso entregarle mi fe,
Aunque si no eres la persona que soñaba para qué
(¿qué voy a hacer? nada).

(...)

A la primera persona que no me quiera juzgar
pienso entregarle caricias que yo tenía guardadas,
yo no pido que las cosas me salgan siempre bien
pero es que ya estoy harto de perderte.


(...)"

Alejandro Sanz - A la primeira persona


Pode me chamar de brega e o caramba a quatro, eu não ligo. Essa música é linda. Linda.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Não tá bom, eu sei, mas é o que tem pra hoje, ademais, ninguém lê esse blog mesmo.


Ah, sim, Feliz 2010, hein?!

: )