sábado, 20 de fevereiro de 2010

"Oh! Simple thing where have you gone?
I'm getting old and I need something to rely on,
So tell me when you're gonna let me in,
I'm getting tired and I need somewhere to begin"

Keane - Somewhere only we know

Parabéns para você. Onde quer que esteja.
=o*

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

"Love, love will tear us apart, again"

"Entretanto você caminha
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá."

Carlos Drummond de Andrade


Talvez eu nunca me canse de elogiar a tua beleza ou de enaltecer as tuas qualidades, a tua generosidade, a tua bondade, e outras tantas coisas. Talvez eu nunca deixe de fazer isso. Como também, talvez, nunca deixe de olhar o teu pesoço quando o teu cabelo está preso e a maneira que você fecha os olhos e balança a cabeça quando está contrariada. Mas hoje, só por hoje, como qualquer adicto em recuperação, eu tô tentando não te querer. Tô tentando, só por hoje, não pensar em você na hora de dormir. Não pensar como anda o teu tendão, como estão os planos para o futuro próximo, quando é que eu vou ver o teu sorriso outra vez. Por hoje não. Amanhã eu vejo como faço, de que maneira ocuparei a cabeça para que meus pensamentos não sejam interropidos pela tua imagem mal educada, mas extremamente bonita, que insiste em não me deixar em paz. Vejo filmes, choro na maioria deles. Vê só? Não estou pensando em você. Para bom entendedor meia palavra basta. Eu que sou mau entendedora e não compreendo nem mensagens diretas tive que aprender pelo silêncio. A verdade é que eu não me cansei e nem me cansarei, mas é preciso aceitar o limite, todos temos um. Apesar de saber que ainda posso ir além, a sanidade me lembra que não posso, que não devo, que em todos esses vinte-e-cinco anos essas parcas, porém dolorosas, paixões ensinaram-me alguma coisa, de maneira que esse é o momento de colocá-las em prática. É hora de retroceder. Mesmo sabendo que tudo isso nem é a coisa mais bonita que eu já escrevi, aliás, está bem longe de ser, mas que sendo verdade eu preciso dizer para que se torne real. Fácil não é, e sei que não será, entretanto tenho certeza que vai doer menos do que dói agora. Eu só preciso abrir uma frestinha no peito para voltar a respirar. "You've got to leave it behind".




=]
"Mas se você me perguntar
Eu digo sim, eu continuo
Porque a chuva não cai
Só sobre mim"

Capital Inicial - Fogo

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Leopardiana

Repara bem, as coisas são leves. Nós é que as tornamos pesadas pondo em cima delas o peso das nossas frustrações, dos nossos anseios, dos nossos medos, das nossas dores. E assim, em cima de tanto peso, a leveza se perde, apaga-se e perde as cores da felicidade que tanto procuramos. Se soubéssemos não colocar tanto peso nas coisas talvez elas fluissem mais da maneira que esperamos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Podem me chamar do que quiserem, mas a história de qualquer pessoa, seja escritor, cantor, pintor, é muito mais emocinonante quando, por trás de tudo, existe um suicídio, uma vida trágica, uma morte repentina e inesperada. As coisas ficam eternamente em devir, em suspensão, e a figura da pessoa se mitifica. Pessias comuns, com vidas comuns, não chamam a atenção. Vide Ana Cristina Cesar, não é? Suicidou-se em 1983 e, cada dia que passa, ganha mais destaque. O suicídio é só o pontapé inicial para encontrarmos a beleza triste e fantástica dos seus escritos. Aliás, ela merece um post só pra ela, no qual, futuramente, ressaltarei as qualidades de sua poesia confessional. Lá no Litteramovie, acho que farei isso agora.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Entrega

Posso ter querido ser de outras, de outros, mas quando quis ser tua não quis ser mais de ninguém. E fui fiel. Talvez não a você e, sim, a esse sentimento que existia em mim. As coisas que disse, escrevi e sonhei com os outros pertencem ao que fui com eles e tão somente isso. Assim como o que quero com você só pertence a nós. Dessa maneira, todo esse sentimento e tudo o que escrevo agora só faz sentido porque sou tua e assim quero ser. Independente da tua vontade. Sou tua e a ti me oferço como Abraão ofereceu Isaac. E é por isso também que não faz sentindo apagar os rastros do meu passado se foi por conta dele que, bem ou mal, eu cheguei até aqui. Sou tua porque me entrego a você, não porque você me quer. E serei tua, só tua, para sempre tua, enquanto faltar-me fôlego, enquanto tropeçar nas palavras quando falo contigo numa mesa de bar. Sou tua porque hoje é só isso que sei ser.

Escrevendo...

"Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora."
Caio Fernando Abreu


Eu queria ser, de fato, uma boa escritora, e sair pelo mundo escrevendo, fumando cigarros e bebendo café. Sentar em mesinhas países gelados. Contar a dor dos outros, a minha dor também. De maneira menos subjetiva e mais bem acabada, mais bonita. Sair pelo mundo e conhecê-lo pelos detalhes, pelas idiossincraias que cada lugar tem. A minha entrega é pela metade.


Eu sei, é uma visão romântica e nada real do que é a vida de um escritor... mas eu queria.