quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Day 15

Querida Amália,

não é possível que se passe um dia e eu não me lembre de você. E ainda continuo me perguntando por que e procurando razões. Quando as pessoas me diziam que o sentimento seria o mesmo, que eu é que iria me adaptar a ele e não o contrário, confesso que achei um grande clichê mas o tempo acabou confirmando a veracidade da frase. Sei que a saudade que tenho de você não diminuirá. Não acabará. E sempre que algo novo acontecer lamentarei o fato de não poder te mostrar ou contar. Sinto falta do teu cabelinho raso, do pudim e de quando cantava com tua maneira tão peculiar. Sinto muito pelas coisas que quis dizer e não pude, e não disse. Você me faz falta todo dia. Todos. Os. Dias. Do sotaque arrastado, a fala rápida, as unhas com a mesma cor de esmalte de sempre. Se eu pudesse queria de novo, outra vez. O quintal da tua casa que era tão grande na minha infância e que depois ficou pequeno, agora é grande outra vez, porque eu te procuro em cada canto daquela casa e não posso mais encontrar. Nem o teu cheiro.


Amo você,

Ludê.

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