segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

As coisas acabam.
Mal sabia eu que aquele Natal era o último, que aquela visita era a última, que aquele presente, aquele abraço, aquele sorriso eram, também, os últimos, assim como o convite nunca realizado. E dói. Dói como se fosse hoje, dói como se fosse agora. Dói em mim uma dor de tudo o que já foi e acabou.
Esse final de semana fomos limpar, esvaziar, terminar uma história. Que era minha também, mas que era muito mais de outra pessoa porque, de certa maneira, um pedaço da vida dela tava se desfazendo em caixas e tudo aquilo que um dia também pertenceu a ela já não era mais, era o fechamento de um ciclo. No meio de tudo isso eu achei a vitrolinha que, por incrível que pareça, depois de, pelo menos, trinta anos, ainda funcionava, a música começou a tocar e todos pararam pra ouvir, a casa pareceu cheia, pareceu uma cena de filme, e eu, que não iria levar a vitrolinha, não desgrudei mais dela, daria uma boa história se eu soubesse contar.

Não tem sido fácil, mas tem dias em que é um pouco pior.

"Nada consigo fazer
Quando a saudade aperta
Foge-me a inspiração
Sinto a alma deserta
Um vazio se faz em meu peito
E de fato eu sinto
Em meu peito um vazio
Me faltando as tuas carícias
As noites são longas
E eu sinto mais frio"
Peito vazio* - Cartola/Elton Medeiros

*Na boa, e neste caso dolorida, voz de sempre.

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