sexta-feira, 30 de julho de 2010

30 days letter project

Tô copiando a ideia do blog da Nah que copiou de alguém que, por sua vez, também copiou de alguém e assim vai.

Então passarei 30 dias escrevendo cartas:

Day 1 — Your Best Friend (seu melhor amigo)
Day 2 — Your Crush (sua paixão)
Day 3 — Your parents (seus pais)
Day 4 — Your sibling (or closest relative) (seus irmãos ou parentes próximos)
Day 5 — Your dreams (seus sonhos)
Day 6 — A stranger (um estranho)
Day 7 — Your Ex-boyfriend/girlfriend/love/crush (seu ex-namorado/amor/paixão)
Day 8 — Your favorite internet friend (seu amigo da internet favorito)
Day 9 — Someone you wish you could meet (alguém que você gostaria de conhecer)
Day 10 — Someone you don’t talk to as much as you’d like to (uma pessoa que você não conversa tanto quanto gostaria)
Day 11 — A Deceased person you wish you could talk to (uma pessoa falecida com quem você gostaria de conversar)
Day 12 — The person you hate most/caused you a lot of pain (a pessoa que você mais odeia/que te causou muita dor)
Day 13 — Someone you wish could forgive you (alguém que voce deseja que te perdoe)
Day 14 — Someone you’ve drifted away from (alguém de quem você se afastou)
Day 15 — The person you miss the most (a pessoa que você sente mais falta)
Day 16 — Someone that’s not in your state/country (alguém que não está no seu estado/país)
Day 17 — Someone from your childhood (alguém da sua infância)
Day 18 — The person that you wish you could be (a pessoa que voce deseja ser)
Day 19 — Someone that pesters your mind—good or bad (alguém que rode sua mente - pro bem ou mal)
Day 20 — The one that broke your heart the hardest (a pessoa que quebrou seu coração da pior maneira)
Day 21 — Someone you judged by their first impression (alguem que voce julgou pela primeira impressão)
Day 22 — Someone you want to give a second chance to (alguém pra quem voce deseja dar uma segunda chance)
Day 23 — The last person you kissed (a ultima pessoa que voce beijou)
Day 24 — The person that gave you your favorite memory (a pessoa que te deu a sua memoria favorita)
Day 25 — The person you know that is going through the worst of times (a pessoa que voce sabe que vai estar ao seu lado nas piores horas)
Day 26 — The last person you made a pinky promise to (a ultima pessoa pra quem você fez uma promessa)
Day 27 — The friendliest person you knew for only one day (a pessoa simpatica que voce conheceu só por um dia)
Day 28 — Someone that changed your life (alguém que mudou a sua vida)
Day 29 — The person that you want tell everything to, but too afraid to (a pessoa pra quem voce tem vontade de falar tudo, mas tem medo de)
Day 30 — Your reflection in the mirror (seu reflexo no espelho)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Inconfissões II

Deixei de contar há quanto tempo espero. Deixei de te contar que espero. Já faz um tempo que não conto mais. Não que tenha deixado de perceber que a cada dia a menos riscado na folhinha do calendário é um dia a mais riscado na distância. Quanto mais dias menos coisas para guardar. Esta não é a história que nos salvará do abandono. Não é o Romance que não escrevei e nem escreverei. Daqui nada de bom surge ainda que procure partes boas no meio de toda a podridão. E se consigo enxergar talvez seja só porque idealizo. Ainda tão tua quanto de ninguém, se é que pode entender, mas enquanto tentava dançar com um par percebi que só me cabia o mesmo ímpar.

Se você pudesse, recomeçaria? Partiria do mesmo ponto? Da mesma mesa de bar? Renconstruiria cada passo perdido?

Se eu pudesse de novo fecharia os olhos. E então saberia que algumas respostas não precisam vir. Se eu pudesse de novo.

Toda vez que pego a caneta desenho você com palavras. Desenho querendo apagar.

Mas, sabe, já faz um tempo que não conto mais.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Inconfissões

É bom descobrir que ainda sei sentir. Apesar de. E ainda que seja só para quebrar a cara mais uma vez.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Jamais assez loin?

Uma vez, já faz alguns anos, em um desses amores de quadrilha que eu insisto em arrumar, me apaixonei por alguém que gostava de outra pessoa. Virei amiga. Pior, virei confidente e acompanhei de perto todas as idas e vindas do relacionamento fadado ao fracasso. Em todas as brigas do casal ela insistia em mencionar uma música de uma cantora quebecois que, brega ou não, é umas das minhas preferidas e que dizia algo mais ou menos assim: "todos os trens, todos os barcos, todos os aviões, nunca me levarão longe o suficiente". Pois bem, a necessidade que ela sentia de se afastar era rapidamente combatida pela crença de que nada , nunca, poderia levá-la longe o suficiente daquilo que sentia. Isso também serviu para mim, para essa paixão e para algumas outras (que não foram muitas) depois desta. Acreditei por muito tempo que nunca estaria longe o suficiente das paixões que não me corresponderam e daquelas que, por algum motivo, eu também não pude (ou não soube) corresponder.
É difícil viver entre quases e nuncas, entretanto, apesar da distância, mesmo não conseguindo me afastar do que sentia, era melhor estar longe, ainda que não o suficiente. Evidente que eu só tinha essa atitude quando todo o resto já tinha degringolado e não sobrava muita coisa a fazer. Deixando tudo para trás era mais fácil de começar de novo e esperar todos os muros que construi serem derrubados novamente para o ciclo se repetir. O que eu quero dizer é que ficar longe, de uma maneira ou de outra, só me afastou fisicamente do problema porque, para que desse certo, era necessário que me afastasse de mim. Mas assim, de longe, por algum motivo que desconheço, as coisas sempre se arrumaram aos poucos - nunca consegui ficar para saber se elas se resolveriam da mesma maneira, acho que não; tem sempre um momento que você precisa romper com a inércia. Então, é nesse momento, ao fazer a escolha, que acabamos perdendo, a pessoa, o corpo, a voz, as palavras, porque enxergamos a pessoa de uma maneira que está muito mais para mundo latente do que inteligível. E dói, dói porque não queremos perder as conversas e porque, de alguma maneira, estamos a enterrar alguma coisa que se nunca foi, já não é mais. O bom disso tudo, o inesperado disso tudo, é saber que o tempo pode trazer de volta alguma dessas pessoas de outra maneira. Que depois de um certo tempo é possível enxergá-las de uma forma humana e bem menos idealizada. Mesmo nunca longe o suficiente é possível tê-las por perto sem todo o peso de antes. Achamos que nunca vamos esquecer o cheiro, o gosto, a cor dos cabelos e é provavel que nunca esqueçamos mesmo, mas tem um instante que podemos voltar e guardar tudo o que sobrou sem nos machucarmos. Eu acho, ainda que não tenha certeza.

[esse foi o post de número 200!] : ]

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sem sentido

"Pretend that you owe me nothing,
and all world is green"
Tom Waits

Não há como ouvir se as tuas palavras são mudas. Tanta coisa. De repente um nó na garganta que nunca se desfez, mas que obriguei a afrouxar, enforcando-me outra vez. Você não me viu, mas espiei cada pedaço teu. As nuances do teu rosto coberto pelos óculos escuros, teu andar firme e decidido. Direto. O pescoço que nunca ousei esquecer porque impossível. Ainda que nunca próximo o suficiente. Mas havia deixado para trás tantas coisas e como quem não quer nada estavam todas ali novamente. Só para me provar que fingi esquecer enquanto acreditava que esquecia. A linha reta da tua mandíbula, do teu queixo. Essas coisas não se pode apagar. Nem com todo esforço do mundo. A verdade é que ficava inventando, seguia inventado formas e cores e gostos e cheiros e sensações, querendo assim te desconstruir, até te transformar em uma imagem difusa.
O silêncio também é um direito e precisei aprender. Quase nunca perco a voz, nem por calar demais, e tenho calado cada vez mais. Só falo as quartas. Brincadeira difícil pretender nada dizer. Como é possível? Nunca nada e ainda assim tudo. As respostas não precisam vir. Não tem história para contar. Foi só um descuido. Um minuto a mais, um minuto a menos, passaria incólume. Se eu fechar os olhos agora refaço todos os teus contornos, todos os teus entornos, todos os teus detalhes. Não tem sentido, quem quer só aquilo que pode ter? Quem se contenta? A voz não me falta nunca, só em dias assim. Porque a gente não sabe explicar saudade. Também não sabe explicar amor ou qualquer coisa semelhante a isso. Tanta coisa junta, tantos coisa misturada, tantas pessoas, que eu não sei dizer o que é realmente isso. É uma coisa gigante, sem coesão, sem coerência. Eu tinha esquecido. Eu tinha esquecido. Como é que fui capaz de lembrar? É angustiante não fazer sentido. Não ser coerente dói. E a vida não é coerente. Silogismo idiota, melhor parar por aqui.