segunda-feira, 28 de setembro de 2009

"I guess you were kissing a fool
You must have been kissing a fool"

George Michael - Kissing a fool


Ai, eu sou tão dramática.

domingo, 27 de setembro de 2009

Por aqui não temos problemas de insônia, graças a um nome: Hidroxizine. Pro resto a gente usa bom senso mesmo! : )

sábado, 26 de setembro de 2009

Da vida

Você vai acender um cigarro, vai pedir uma cerveja e em cada trepada barata vai lembrar de mim. Vai lembrar que ninguém sabe tocar o teu corpo como eu e te fazer sentir tudo o que eu fiz. Não é orgulho, não, é só certeza. Aí você pedirá outra cerveja, vai fumar um maço pra compensar o prazer que ninguém mais sabe dar. E vai chorar entre garrafas vazias e cinzeiros cheios, vai lavar a mesa com sua dor barata que ninguém mais quer comprar embora você ainda insista em vender. Num boteco de luz amarela e gente decadente você vai mostrar toda tua miséria, essas misérias que no fim são de todos, misérias humanas. Vai dizer que vaga sem sentido a procura de alguma coisa que te complete, apesar de saber que todas as coisas que existem são poucas demais para te preencher.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Малия,

você vai embora sem se despedir e acha que tem o direito de aparecer nos meus sonhos, chorando, me fazendo ir pra tão longe de mim que talvez nem saiba mais achar o caminho de volta. Sim, o fato de você ter partido, com o perdão do trocadilho, também me partiu. Você não entende, você não entende, não entende, entende?
Agora eu ando por aí descompesanda, torta. COM QUE DIREITO, hum? COM que direito? Talvez não seja com você que eu tenha que reclamar, mas PORRA, como é que pode? E o nosso último abraço? E o último beijo que te dei? Eu nunca vou entender como o teu coração tão forte não pôde mais, enquanto o meu, que vai sempre mal das pernas, continua. Você aparece em meus sonhos e chora. Eu te procuro na vida, em todos os lugares, em pequenos pedaços, em cheiros que eu não sinto mais, eu te procuro e vou me perdendo, não te acho e não volto mais a mim. Talvez você não saiba, mas eu também choro, chorei todos os dias por uns quatro meses desde que você foi embora, e ainda choro, de soluçar, de engasgar a garganta e sufocar. Você em procura nos sonhos e eu não tenho onde te procurar.

domingo, 6 de setembro de 2009

C'est la vie!

Juravam que, das três, seria eu a primeira a casar. Talvez pelos anos de relacionamento, ou, ainda, pelo fato do namorado ser o partidão perfeito que ninguém deixa escapar. Eu deixei. E depois a vida, sacana como só ela, é que escapou ele. Deveria ser proibido a gente perder o nosso primeiro (e grande, porque é sempre assim) amor.
Diziam também que ela não casaria, ou que seria a última. Mas ela foi, a cada dia, levando uma mudinha de roupa, depois buscou a cachorra, começou a pedir receitas para minha mãe e, quando a gente se deu conta, já tava lá, casada. E o meu apartamentozinho tão pequeno começou a ficar grande demais, com grandes silêncios durante a semana que só são quebrados pelo miado do meu gato, dolorido de saudade segundo a veterinária.
Eu que sempre quis um quarto SÓ para mim começo a perceber que dentro em breve vou ter uma casa só para mim e a idéia me assusta, me apavora. A vida é irônica e faz questão de ser. Contra todas as expectativas, eu, que seria primeira a ser desposada, serei a última a sair da casa que a mamãe comprou. A outra procura por apartamentos próximos, talvez tenha ela o mesmo medo que eu, contudo essa mudança não há de tardar.
A vida dá medo quando se mostra para nós do jeito que ela é: sem roupa e maquiagem. Eu não queria me dar conta mas é isso aí: crescemos. Os primos pouco se encontram, pouco sabem uns dos outros; a família vai criando outras famílias e eu achando que 1985 foi ontem. Foi não. Foi não.
Penso que ainda quero meu apartamentozinho em Moema (ou nos arredores da Paulista, numa ruazinha tranquila e arborizada, naquele padrão burguesinho que muita gente acha ridículo. Eu sou ridícula, caros. Ainda quero minha varandinha para tomar café e ler jornal. Ainda quero um a cadeirazinha no DTLLC da USP, ou então, num mundo mais feliz e agraciado ainda, aquele empregozinho em Brasília. Quero sim e quero muito, minha gente. A diferença é que, contrariando a todas as pessoas que um dia pensaram que seria eu a primeira a casar, eu quero sozinha.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Talvez esteja eu muito doente dos olhos e por assim estar ando em círculos sem achar respostas para perguntas tolas de tão óbvias. O final do romance não encerra em si todas as possibilidades, muito pelo contrário, é agora que as oportunidades se abrem e as ruas se bifurcam. O que você é agora já não sei mais, apenas me lembro do que um dia foi, e essa lembrança me dói; também não sei como você chegou a isso, mas sei como me fez chegar ao que sou. Sei de todas as ruas que percorri descalça (com o asfalto escaldando os meu pés por conta daquele verão) a tua procura; sei das mentiras que jurou sob teus lábios que quase nunca se debruçaram sob os meus, e das histórias que teceu com riqueza de detalhes para que sua loucura parecesse minha. Sei de mim, com flores na mão, te esperando na estação em que nunca passou. Sei que a contundência desse discurso serve apenas para me avisar que passarei a vida inteira alerta e fugindo de você.