segunda-feira, 25 de março de 2013

"When you lose something you cannot replace"

Alguns amores vão morrendo aos bocadinhos. Ou talvez todos morram assim. A pessoa vai aos poucos perdendo um espaço que você reservou a ela com tanto apreço. Embora no início tente-se brigar contra isso, segurando tudo o que se despedaça enquanto se faz um grande esforço para recolocar o  que foi quebrado no lugar original. Você se sacrifica, abre mão de ideais que concorda para que tudo fique no lugar. Vai adiante e se esforça ao máximo sem saber que alguns amores não são feitos para durar, nem aqueles que foram construídos no ventre familiar. Principalmente esses. Porque outras pessoas entram no jogo, no segundo tempo, e disputam um sentimento o qual não lhes foi confiado, que não deveria ser disputado, que é particular demais, venal demais para que alguém de fora queira se intrometer. Nesses momentos alguns amores vão morrendo aos bocadinhos. Quando a tua palavra é colocada em xeque. Quando você se mantém em silêncio para não causar impacto. Quando manter distância é o melhor remédio. Assim, desse modo, alguns amores vão morrendo. Aos bocadinhos. E de parte em parte, de montante em montante, vai-se perdendo o que era tão importante. Você prefere deixar de intervir, de participar e começa a assistir de longe, porque de perto dói mais do que se pode suportar. E as palavras não podem ajudar a reconstruir. Quando esse amores vão morrendo pelo inexorável tempo, e você pode vê-lo escorrendo pela mão. No momento em que se percebe que não é possível voltar, retomar do zero, e se é, então, obrigado a caminhar em meio a tantas barreiras, essas que vamos construindo a cada vez que um bocadinho se perde, nesse ponto você se dá conta que não importa quem esteja ao seu lado, porque estamos eternamente sozinhos e intermitentemente acompanhados a observar os amores que vão morrendo aos bocadinhos sem que possamos algo fazer.