segunda-feira, 2 de março de 2009

[Da série achismos infundados...]

Às vezes eu acho que a casa estará cheia novamente, que eu chegarei, baterei palmas diante do portão e você virá lá do fundo do quintal da minha infância, abrirá o portão, me dará um beijo, um abraço e começará a falar incansavelmente até me cansar e, mesmo assim, continuará.
Às vezes eu acho que ao passar por aquela porta, se eu desejar muito, com muita força, conseguirei voltar para tempos tão distantes, cronológica e mentalmente, voltarei a ver aquele quintal grande, imenso, que depois, quando cresci, se tornou pequeno.
Às vezes eu acho que se eu dormir vou acordar do lado da tua cama, daquela cama antiga, com aquela luz engraçada que eu adorava apertar antes de dormir; eu realmente acredito que estaremos todos ali, naquele quarto que tinha o teu cheiro.
Às vezes eu acredito que aquela casa vai, um dia, voltar a ser o que era antes, copa, café, pipoca. Você cantando do seu jeito tão particular por isso eu corro demais... eu sempre soube que dentre todas as músicas do mundo era essa que me faria lembrar de você por toda a vida.
Às vezes eu acredito que se eu ficar aqui, quieta, pedindo, você ainda estará lá, sorrindo, feliz e bem.

Às vezes eu acredito, e me dói acreditar.

Um comentário:

  1. eu queria tanto colocar a sua cabeça no meu colo e dizer-lhe pessoalmente que esse foi um dos textos mais lindos que já li. queria que você soubesse o quanto te gosto e quero o seu bem e o quanto entendo que dói e é uma dor que nada cura ou faz passar, mesmo que o tempo a faça doer em silêncio.
    beijos, coração.

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