quarta-feira, 3 de junho de 2009

Da série: eu deveria te dizer

"Is it any wonder that I'm tired?
Is it any wonder that I feel uptight?
Is it any wonder I don't know what's right
Oh these days?
After all the misery you made
Is it any wonder that I feel afraid?
Is it any wonder that I feel betrayed?"
Keane


Você pensa que amor precisa ser incondicional e independente de tudo, não é? Independente de tudo, há vinte e quatro anos, eu tento te amar e é só porta na cara, nariz na porta. Do meu primeiro choro ao último você nunca soube colocar a mão nas minhas costas e dizer que vai passar. Quando ele foi embora você não me disse nem sinto muito; quando ela foi, você não soube nem consolar meu choro desesperado embaixo do sol, você só disse: "não fica aí no sol"; então me deu um abraço e chorou, um choro doído que não durou nada. Ali, bem ali, você não precisava ter se feito de forte, eu só queria te abraçar e sentir que você era parte de mim, eu queria ter divido com você, pelo menos uma vez, minha dor.
Vamos vagando lado a lado, com um silêncio pesado em cima de nós, você não sabe de mim, tampouco sei eu de você. Estamos mesmo na contramão, vezenquando nos cruzamos, mas eu tô sempre indo e você sempre vindo, se não desvio, batemos, e às vezes eu não desvio.
Você, meu chapa, é um veneno, consegue acabar com todo o amor que as pessoas depositam em você, você destrói o melhor das pessoas. Talvez seja porque acredite que não mereça. E às vezes eu tenho medo de me parecer com você.
Debaixo desses teus silêncios eu queria saber no que você acredita, em quem acredita, eu tenho sempre um milhão de perguntas pra fazer, mas foi na ausência que te conheci, e acho que é assim que vai ser sempre. Sempre em linhas opostas.
Sabe o que é? Hoje eu cansei de porta na cara, cansei de você saber tão pouco, de nunca se importar, cansei de você me ligando bêbado pra dizer que me ama. Esse amor me custa caro, e eu não tenho mais como pagar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário