sábado, 26 de dezembro de 2009

Preciso voltar e olhar de novo aqueles dois quartos
vazios.

Ana Cristina Cesar

Se teve alguma coisa ali era o vácuo, aquilo que, mesmo quando não está, faz-se mais presente que todas as coisas que realmente estão. Nem eu, nem você, nem ele ou todos os outros incomodaram ou se fizeram notar mais que as ausências. "A ausência é uma presença que significa" não lembro quem disse, talvez a Norma. De qualquer maneira, faz sentido como nunca.
O silêncio pesado à mesa, e todo o esforço para que não se desse nome ao peso. Em vão, convenhamos. Como também devemos convir que forçosos e falhos foram os sorrisos e a tentativa de tornar a unir um elo definitivamente partido. Mas tudo bem, tudo bem, a gente engole a dor com vinho seco e manda a vida seguir.

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