domingo, 26 de julho de 2009

Eu disse que tinha medo de ser como você e o medo, na verdade, era de admitir que sou como você. Eu poderia dizer que você é um grande filhodaputa e que se eu sou assim a culpa é tua, toda tua. Mas eu sei que não é, porque antes de ser tua ou de qualquer pessoa ela é toda minha, todinha e inteirinha. Eu me fiz assim, cheia de muros de Berlim, muralhas da China. Trocando Bom-dia por qualquer grosseiria barata e exilando qualquer possibilidade que fuja disso porque se não for assim eu não conheço, e se eu não conheço é melhor não arriscar. A gente passa anos negando ser o que de fato é, aí um dia a gente arranca a fantasia e assume de uma vez. Eu sou tua igual, meu chapa.

Um comentário: