Não, eu não vou desistir. Eu não vou desistir porque faz muito tempo que eu não me sentia assim. Não vou desistir porque quando coisas desse tipo acontecem a gente não desiste de primeira. Dragão que sou vou até o fim. Mesmo que doa, e dói, mesmo que não dê em nada. Esgotarei todas as possibilidades e vamos ver o que será. Eu não vou jogar tudo fora, mesmo que esse tudo seja um nada. "O nada que é tudo".
Eu tô aqui, esperando sem esperar, contando os dias para acabar os meses, três, hoje faz três. Se vai doer? Provavelmente. Mas nada que valha a pena vem sem doer. E isso tudo parece um grande discurso de auto-ajuda. As única coisa que tenho, a única arma que eu tenho são as palavras que eu posso usar e elas não valem nada, não vão me trazer o que eu quero.
De repente um segundo já faz tudo valer a pena. O pedaço de um paraíso quando o cabelo é solto, quando me olha nos olhos, quando ri de uma piada besta que eu conto depois de cinco copos de cerveja. Cala a minha boca. Cala a minha boca como calou da primeira vez que te vi. Cala a minha boca sem ser com esses silêncios constrangedores. Cala a minha boca do jeito mais legal que existe de calar a boca de alguém. Se tem 0,01% de possibilidade de ser, eu tô aquim eu tô aqui tentando ser e por aqui ficarei. Eu assino o atestado de pateta. E tô aqui escrevendo tudo o que não deveria escrever. E toca "In your room", e toca de novo e de novo e de novo. Toca porque é exatamente isso:
"I'm hanging on your words
Living on your breath
Feeling with your skin
Will I always be here?"
É exatamente assim.
E esse é todo o discurso que não será lido, que não será sentido, que simplesmente não será, embora seja inteiramente verdade. E se eu não durmo a minha insônia tem um único nome, um único sentido. Sim, eu penso demais. DEMAIS.
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