quinta-feira, 8 de abril de 2010

Não tem calma no meu caos...

Tudo frio e vago como deveria ser e eu não canso de me surpreender. A tua imagem traduzindo-se em rostos que nunca vi. E o gosto da tua boca perdido em todas as outras que beijei. Sem jamais te tocar. Não posso responder perguntas quando também tenho dúvidas. Quando o certo passa a ser duvidoso e mais. Sempre mais. Não sei explicar o que só sei sentir. E não, não é agradável. Não é reconfortante. Não é bonito. Dói. É feio e me faz mal na maioria do tempo. É "feio" como a pintura do Munch porque assusta, porque é possível ouvir o grito ao ver a pintura, ouvir ao ver de maneira bem sinestésica. Porquê insisto em continuar é um mistério. Era, talvez, uma ponta de esperança de que pudesse ser diferente. No entanto, é sempre igual. Não preciso de mais perguntas. Preciso de respostas. De cara lavada às cinco da manhã, mais um maço de cigarro e meio litro de café. Também preciso de um casaco mais quentinho para quebrar o vento que tem me cortado quando ando na rua. E a única coisa que quero explicar é que existe diferença entre próclise e ênclise. E que mais não é uma conjunção adversativa, porque faz sentido e meus alunos precisam entender. Tudo isso eu deixo para amanhã. Não existe beleza em se sentir assim, tampouco glamour. Não serve nem para "escrever bonito" como se pode percerber.

E para quem anda me perguntando o que é o amor, ontem comprei um livrinho do Baudelaire Meu coração desnudado (recomendo leitura) e ele também se questiona algumas vezes:

"O que é o amor?
A necessidade de sair de si.
O homem é um animal adorador.
Adorar é sacrificar-se e prostituir-se.
Todo amor é, pois, prostituição."

Nunca me pagaram. E a dívida é gigantesca. É capaz que eu também deva.

Eu também não entendo. Eu também gostaria de entender. Eu também estou cansada.

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